quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Dia 04 – 05/jan/2009

Enfim um dia que amanheceu com Sol. O dia começou lindo e o céu azul, sem uma nuvem sequer, denunciando desde já que seria um bom dia.


Saímos cedo de São José do Norte, pegamos a balsa para Rio Grande/RS. Um pouco de atraso e estávamos dentro da balsa, juntamente com alguns carros, caminhões e muitas carroças puxadas por cavalos e carregadas de cebola.



A passagem por Rio Grande foi rápida pois queríamos logo deixar o Brasil pra trás. Com pouco mais de 160 km paramos em um pequeno posto de abastecimento, onde encontramos com 3 motociclistas do interior paulista que estavam com planos de fazer o mesmo trajeto nosso. Ainda de dentro do posto pudemos observar mais 3 motos que depois ficamos sabendo serem paulistas também.


Passamos rapidamente pela praia do Cassino, só pra constar.




Seguimos caminho para o Chuí, porque ainda teríamos que conseguir a Carta Verde. Foi muito fácil. Na divisa entre Brasil e Uruguay, existem muitos despachantes que resolvem com facilidade esse problema de falta da Carta Verde.


Durante os procedimentos com o despachante, pude observar que o suporte dos alforges laterais necessitava de solda devido a alguns trincados que apareceram. E também reparamos que a moto estava suja de óleo, o que representaria um problema.

Conseguimos soldar facilmente por um mecânico uruguaio, e numa outra oficina ficou constatado que não era problema, e sim um vazamento pelo suspiro de ar do motor, talvez pela grande quantidade de chuva que pegamos e talvez o HyperCharger tenha pegado alguma água.

Tudo resolvido, adentramos no Uruguai. Mas não sem antes o Gú ser obrigado a deixar uma contribuição para o funcionário uruguaio da aduana. O sol continuava forte, e aqui vale uma recomendação, se estiver com pouco combustível, abasteça no Chuy, porque o próximo abastecimento é bem distante.

Com a gasolina quase no fim, chegamos a um postinho (gasolinera) em Pueblo 19 de Abril. Era a primeira vez que a furiosa ia beber alguma coisa que não conhecesse. E parece que ela gostou do que bebeu, porque o consumo aumentou bastante também.



Continuamos andando e chegamos no que eu chamara de “o paraíso”, chama-se El Tesoro, e fica bem próximo a Punta del Este.

Em El Tesoro existem casas gigantes nas encostas, de frente pra praia. Vários carros Porsche, Ferrari, Mercedes, BMW e Audi de todo tipo. E claro, um povo em geral muito bonito.


Mas como o objetivo era pernoitar em Mar del Plata, seguimos viagem por belas estradas e em pouco tempo estávamos na cidade. Beirando a costa, mais casas enormes com muros baixos. Mais no centro da cidade, prédios enormes, ruas sinalizadas, transito intenso e hotéis.

E ali constatamos que, por ser uma cidade muito procurada por turistas, os preços estavam inflacionados, e com isso, resolvemos seguir mais uns 120 km e chegar em Montevideo.

Fizemos um “vôo noturno” por uma ótima freeway duplicada, com policiamento e bem sinalizada até a capital. Passamos pela parte nova da cidade por volta das 1:00 da madrugada e resolvemos fazer um turismo noturno por todos os pontos turísticos que o GPS indicava.

Como era de madrugada, não havia transito nem pessoas... Só os monumentos a serem fotografados. E foram boas fotos.


Devido ao horário, resolvemos não procurar hotel e aguardar o nascer do sol no Uruguay, e se possível, pegar o FerryBoat pela manhã para chegarmos na Argentina em sua capital.

Quando amanheceu o dia, ninguém sabia nos informar qual o horário da próxima saída do BuqueBus, até que às 8:00 da manhã, com a abertura dos portões, descobrimos que era feriado em Montevideo e que a próxima balsa só sairia ao meio dia.


Aproveitamos o tempo ocioso para trocar o óleo da Boulevard, mas como era feriado, não encontramos ninguém disposto a trocar. E por isso fizemos nós mesmos, na rua.


Ao meio dia entramos no BuqueBus, enorme. E enfim, depois de algumas fotos, conseguimos dormir. Agora era chegar em Buenos Aires e procurar um hotel, para poder descansar de verdade.

Descemos em Buenos Aires e fomos direto para a avenida mais larga do mundo, segundo eles. 19 de Abril de não me engano é o nome dela.

Conseguimos um bom hotel perto do Obelisco. E lá conseguimos descansar depois da noite anterior em claro.


Km dia: 658,80












Dia 03 – 04/jan/2009





Amanhece em Criciúma... E mais chuva. Choveu por toda a noite e no princípio da manhã. Parece que durante a noite choveu pouco.




Depois de um reforçado café da manhã, partimos debaixo de chuva pra variar. Ainda no hotel ficamos sabendo da nova rota pelo fato de que as chuvas do dia anterior terem alagado as rodovias, principalmente a BR 101.

Seguimos pela cidade por um percurso ainda orientado por policiais, que indicavam para todos os sentidos a ser seguido. Pouco mais de 35 km e começa um enorme engarrafamento, porque todos estavam saindo da cidade e seguindo pelo mesmo caminho, não preparado para grande trânsito.

Depois desse engarrafamento nos dois sentidos, que diminuiu bastante a nossa quilometragem percorrida, chegamos a Osório/RS, onde seguimos então para Mostardas por uma estradinha vazia e com bom asfalto. E o sol resolveu enfim aparecer de vez. O céu começou a ficar azul e limpo. Nem nuvens víamos mais.

Em Palmares do Sul, paramos em um posto de gasolina, parecendo familiar, simples, mas com gasolina muito cara. E ali nos informaram que pegaríamos muitos buracos nos próximos 80 km. Dito e feito. Mas pelo menos o sol brilhava. Depois desses 80 km os buracos surgiram, mas foi por poucos quilômetros. Depois estavam fazendo remendos na pista, e por isso seguimos em ritmo forte por mais uns 180 km.




Enfim, por volta das 20:40, depois de 268,70 km sem abastecimento, chegamos em São José do Norte, também conhecida por Muy Heróica Villa, devido a fatos ocorridos na Guerra Farroupilha.



O frentista do posto em que abastecemos disse que era uma cidade com muita história e um passado rico. Nos indicou uma pensão, que acho que é a única da cidade. E, diga-se de passagem, bem simples mesmo.




Após uma volta na cidade paramos para jantar e enfim tomar e brindar com uma cerveja, pela primeira vez na viagem, acompanhada de um rodízio de pizza e um péssimo atendimento.


Em tempo, vale frisar que devido à hora em que chegamos, não havia mais balsa para atravessar para Rio Grande, nosso objetivo. Só nos restou esperar pelo dia seguinte na pousada.

Km dia: 481,50
Hs. Dia: aprox. 10 horas






Dia 02 – 03/jan/2009

Depois de um primeiro dia de muita chuva, as esperanças eram de que o próximo dia fosse menos molhado.


Ledo engano. Desde as 8:00 da manhã quando me levantei para tomar o café da manhã até as 12:00 quando venceu a diária, foi só chuva que caiu.


Com a chuva que caiu forte durante todo o tempo em que estivemos em cima das motocas e o trânsito super congestionado na BR 101 devido ao fim de semana, desde Guaratuba/PR até a chegada em Cricúma/SC, a distância percorrida foi pouca. Por mais que tentássemos adiantar “enrolando o cabo”, a chuva forte e a estrada cheia nos impediam de qualquer façanha.


Devido a tudo isso, não pudemos fazer qualquer tipo de turismo, o que acarretaria em menos quilômetros rodados ainda.


Quando em Criciúma, não encontramos hotel nas avenidas principais, e recorremos ao GPS pra encontrar um hotel mais afastado do centro. Achado o hotel e com o quarto, ficamos sabendo que a rodovia que levava para Porto Alegre estava inundada, e por isso os hotéis estavam cheios. Quem queria partir pra o Sul, teve que ficar em Criciúma, o que lotou todos os hotéis da cidade.

Agora, é esperar pelo dia seguinte, torcendo para que, se não fizer sol, ao menos não caia mais chuva, porque esses dois dias foram de molhar até os ossos.

Km dia: 435,04
Hs. Dia: aprox. 11:30 horas



Dia 01 – 02/jan/2009


Depois de uma véspera de viagem com muita chuva e tempo ruim, e uma pequena mudança do local de partida de Nova Serrana para Lagoa da Prata, São Pedro nos brindou com um fim de noite claro e estrelado.

E o tempo continuou claro até que realmente saímos, por volta das 03:10 hs. E o dia continuou claro até quase chegar na divisa de Estados MG/SP, onde a chuva começou a cair forte e os problemas inerentes à chuva apareceram. Roupas encharcadas, engarrafamentos, pista escorregadia e acidentes são comuns nesse pedaço do trajeto.



A chuva nos perseguiu até a chegada na capital São Paulo, onde o sol brilhou forte, até secando as nossas botas. E durante sua travessia até passarmos pelo trecho da BR-101 que ainda não está duplicado, rumo a Curitiba, o sol no enganou. Mas foi sé pegar o trecho duplicado novamente que a água começou a cair de novo, e agora, sem dó.

Tanta chuva trás à tona os problemas já citados acima, o que acaba por jogar por “água abaixo” nosso planejamento de efetuar uma das provas do Iron Butt.

Foi tanta chuva que acabamos obrigados a fazer uma parada obrigatória e de segurança, a apenas 50 km de Curitiba.

Na parada obrigatória, num posto com churrascaria, ficou determinado que não haveria mais possibilidade de completarmos o Iron Butt, e por isso mudaríamos a rota, passando então a percorrer o litoral do Paraná.

Depois de jantar na churrascaria, esperando a chuva passar, o que não ocorreu, resolvemos seguir mais um pouco e alcançar Caiobá e Matinhos, onde pretendíamos passar a noite. Mas tava tudo lotado e resolvemos seguir viagem, atravessar o Ferry Boat, por volta da meia noite, rumo a Guaratuba.
Em Guaratuba, a mesma história se repetiu, a peregrinação atrás de hospedagem. Quando já estávamos desistindo e partindo para a próxima cidade, já na saída de Guaratuba, encontramos o Hotel Praia e Sol, onde fomos prontamente atendidos, mesmo encharcados e já sendo mais de 1 hora da madrugada.


Resultado do dia: um dia cansativo, molhado, e de quase 24 horas de pilotagem. Se não cabe um Iron Butt nesse dia, poderia ser um Iron qualquer coisa, devido às dificuldades encontradas logo no primeiro dia desta longa jornada.



Km dia: 1.153,30
Hs. Dia: aprox. 22 horas

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Mais

Quanto à execução do trajeto traçado, recomendo o uso de mapas rodoviários atualizados, adquiridos nas fronteiras com os países que se pretende atravessar. Tem viajante que gosta de equipamentos mais modernos, como o GPS, o que pode tornar mais certo os acertos acerca dos caminhos traçados previamente. Na minha opinião pessoal, sou a favor dos velhos mapas impressos em papel, os mapas rodoviários. E também de uma boa conversa em cada posto de abastecimento.

Durante o trajeto, durante as conversas, conhecemos pessoas interessantes e poderemos saber como andam as estradas por onde vamos passar. Outras fontes interessantes de informações, são os outros viajantes, principalmente os que estão vindo em sentido contrário ao nosso, ou seja, já passaram por lugares pra onde vamos seguir, e as informações são atualizadas.

Outra coisa que julgo ser necessário é um caderno de anotações e uma caneta sempre à mão. Sempre é interessante anotar tudo que se passa durante o passeio. Além de ter uma listagem com os locais por onde tem que passar para que não fique totalmente perdido em meio aos mapas e às placas. Sabendo onde tem que passar com antecedência, ao olhar o mapa fica mais fácil se situar.

Não se pode esquecer de deixar sempre à mão uma boa máquina digital, porque os momentos mais inusitados serão sempre os mais belos. Juntamente com a máquina, vale levar um mini-tripé, pois nem sempre vai ter mais alguém por perto para tirar uma foto sua em uma bela paisagem.

Em relação ainda à máquina digital e outros acessórios que dependem de eletricidade, cabe ressaltar que alguns dos lugares visitados tem energia em 220V, o que pode danificar algum aparelho que não esteja preparado. Vale ter em mãos um regulador de voltagem para evitar imprevistos.

Como existe muita “papelada” em cada fronteira a ser atravessada, é válido salientar que na moto tem que existir uma parte da bagagem, de fácil acesso e impermeável, para a proteção destes documentos. A falta de alguns deles na saída de um país, pode gerar multa, ao mesmo tempo que a falta de algum documento pessoal pode impossibilitar a entrada em algum país.

Os documentos que cito como sendo obrigatórios são todos os que vão ser utilizados e também os que possam vir a ser utilizados. Alguns moto-viajantes não levam todos os documentos, somente os necessários, mas levando-se em conta que não procuro aborrecimentos, vou levar tudo que pode ser necessário, e o que vai ser realmente necessário.

Prefiro que sobrem documentos do que ver minha viagem ser impossibilitada pela falta da algum. Ainda mais que a minha motocicleta está alienada e no nome de outra pessoa, minha Mãe, dona Wanda.

Quanto ao dinheiro a ser levado, cada pessoa tem sua opinião. Em relação aos países fronteiriços com o Brasil, na maioria das vezes o Real é aceito. Mas é válido trocar, ainda nas próximo das aduanas fronteiriças, que sempre oferecem este tipo de serviço, seu dinheiro por moeda local. Pode ser que no meio de uma estrada, longe de tudo, seja preciso desembolsar algum dinheiro, e nessas situações, nada como moeda local.

A vantagem de se trocar nas aduanas é a questão do risco. Nas aduanas é mais seguro manipular dinheiro do que nas ruas, fazendo o câmbio financeiro nos centros urbanos. Tudo visando segurança.

O Dólar americano também é bem aceito, algumas vezes até mais do que o Real. Ter alguns também pode ser interessante.

Muitos outros viajantes gostam e tem o Cartão de Crédito, aceito no mundo inteiro, mas como esse não é o meu caso, não tenho Cartão de Crédito, vou me atentar a falar sobre o Cartão de Débito Internacional.

A diferença do Cartão de Débito é que você tem que ter dinheiro em conta para efetuar saque ou fazer pagamentos, visto que no Cartão de Crédito, o pagamento de tudo pode ser feito ao se voltar de viagem, quando do vencimento da fatura.

Ainda, possuindo o Cartão de Débito, pode-se fazer saques nas casas de câmbio, ou nos bancos locais, principalmente da rede BANELCO, em moeda local, sem necessidade de ficar calculando a cotação das moedas e tudo mais. Se precisar, é só escolher o valor e sacar ou pagar, como se estivesse utilizando aqui no nosso País.

Alguma Coisa

Aproveito a oportunidade deste relato para poder demonstrar a todos que pensam ou sonham, assim como eu, com a possibilidade de fazer uma viagem dessas, que vá em frente e não desista. Supere todos os desafios, que não serão poucos.

Acredito que a maior dificuldade é a de realmente obter os 30 dias de férias, tempo que julgo ser necessário para um bom passeio, sem muita pressa, e podendo assim visitar muitos lugares sem muita correria.

Quanto à motocicleta escolhida, vejo com base no depoimento de outros motoviajantes, que a ideal seria uma Big Cruiser, como as antigas Yamaha Ténéré, ou das modernas Honda Varadero ou Suzuki V-Strom, dentre outras infinidades de motocicletas deste estilo.

São motos que agregam mais qualidades para uma grande viagem, visto que são altas, tem motores potentes, e nas mais novas, tem injeção eletrônica. E tudo isso é muito bem vindo em longas viagens, para diminuir as chances de encontrar problemas, como no caso de travessia de lugares alagados, ou desertos com muita terra ou lamaçais. Estas motos que mesclam o estilo todo-terreno com estradeira se saem muito bem.

Minha escolha recaiu sobre a Yamaha Drag Star, simplesmente por eu ter me identificado muito com ela, além de que a Furiosa se enquadraria no meu orçamento.

Muitos dizem que essas motos tipo Custom, não são as mais adequadas para essas aventuras. Mesmo que sejam amplamente utilizadas nos EUA e na Europa, elas são utilizadas em asfalto bom, o que não é o caso de uma expedição como a pretendida. Buracos não são bons para as Custom, nem terrenos alagados, nem muita coisa em estrada de terra. Mas muita gente também tem dessa moto e faz muitas viagens.

Numa breve busca pela Internet, podemos constatar que tem muita gente que faz estes longos percursos em todo tipo de moto. Já li sobre um motociclista que fez um longo passeio a bordo de uma Honda CG Titan ano 99, que havia sido comprada em um leilão dos correios, e obteve resultado positivo, terminando a viagem.

Tem os dois amigos motociclistas que fizeram grandes viagens e escreveram livros. O Chardô (chardo.com.br) (sem www mesmo), que foi ao Ushuaia bordo de uma Suzuki DR-650, e o Renato Lopes, que fez uma travessia por países do Cone Sul, com uma Suzuki V-Strom (ainda sem Home Page, mas com email para contato (renatolopes@via-rs.net).

Podemos constatar também uma infinidade de moto-viajantes que fizeram estas travessias longas, a bordo de diversas máquinas como Yamaha Ténéré ou Super Ténéré, Honda CB 500, Honda CB 600 Hornet, Honda Tornado, Honda Falcon, Yamaha Lander, Yamaha Fazer, BMW, Suzuki, dentre muitas outras motociletas amplamente utilizadas.

Para quem tiver a possibilidade de conseguir um patrocínio, mesmo que pequeno, também é válido, visto que em viagens tão longas, sempre existe a necessidade de troca de óleo, manutenção, ou até mesmo da troca dos pneus durante o trajeto. Um apoio que garanta isso já é de ótima valia. E diminuiria o custo de viajem.

A motocicleta deve receber uma boa revisão às vésperas da viagem. Óleo trocado, transmissão nova, se for o caso, pneus novos também é bom, dependendo da distância do trajeto.

Que os equipamentos a serem utilizados estejam testados e aprovados previamente, lembrando que o uso de bagareiros e alforges modifica um pouco a pilotagem da moto. É válido algumas viagens anteriores com a motocicleta toda preparada como vai ser utilizada no desafio para que se acostume com as mudanças como o excesso de peso e modificações na pilotagem.

É muito válido também um check-list prévio da bagagem, para que se possa deixar para trás o que não vier a ser utilizado durante a viagem.

Uma idéia interessante do motociclista Renato Lopes em seu livro “Motociclistas nas Rutas do Cone Sul”, é sobre o uso de roupas velhas, e que se vá comprando roupas novas a medida que for precisando. E também tem a possibilidade do uso de cuecas biodegradáveis, que após o uso podem ser jogadas fora sem riscos para o meio ambiente. Muito boas dicas. Vale o contato com esses motociclistas.

Acredito que um bom tempo de planejamento seja imprescindível para diminuir alguns problemas que possam surgir. A Internet se mostra uma boa aliada para se conseguir muitas informações importantes sobre os lugares desejados.

Durante a viajem, para se marcar o trajeto, nota-se que muitos viajantes utilizam adesivos sobre o tema da viagem, para serem distribuídos por onde passar, e também a confecção de camisetas com o logotipo da viagem.

Pegando a Motoca

Tudo teve início quando terminei de ver o filme Motoqueiros Selvagens. Ao ver o filme, comecei a cogitar a hipótese de fazer uma viagem de moto pelo Brasil, ou até pela América do Sul.

Depois de terminar o filme comecei a vasculhar na Internet sobre sites de viagens de moto... E fui fazendo meu trajeto imaginário.

No dia seguinte notei que a única maneira de adquirir uma motocicleta com um bom porte para a viagem, embora não seja a mais indicada, seria por meio de consórcio. Optei por escolher a Yamaha Drag Star, que caberia no meu orçamento e que acho uma moto muito bonita, apesar de até então não ter andado em nenhuma.

Cabe ressaltar a estória do consórcio. Entrei em Setembro e paguei uma parcela. Logo de início já dei um lance no valor de 10.000,00, esperando pra ver se pegava a moto. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o consórcio era misto, e o sorteio por lance era de porcentagem ao valor da motocicleta. Ou seja, ao dar um lance de 10.000,00, eu pagava aproximadamente 32% do valor da moto, ao passo que um outro consorciado, no mesmo plano, dando um lance de 3.000,00 em uma moto de 5.000,00, pegava ela por ser um valor bem maior que os 32% ofertados por mim.

Mas não desisti e continuei dando mais lances no mesmo valor, esperando que fosse ser sorteado por lance até o fim do ano... E isso se repetiu por Outubro, Novembro e Dezembro... E nada... Fim de ano... Férias... Viagem... Gastos...

Quando retornei de minha viagem de férias, com pouco dinheiro no bolso, minha parcela referente ao mês de janeiro vencia no dia 07/01/2008, e como eu tava com pouco dinheiro, ainda pensei se pagaria a parcela em dia, ou se atrasava um pouco. Paguei...

Qual não foi minha surpresa ao conferir via internet o sorteio e vi o número de minha cota como contemplado por sorteio. Só alegria... Logo no início do ano e fui sorteado no consórcio. Pegaria a moto ano/modelo 2008 e sem ter que gastar do dimdim que tinha guardado.

Daí até pegar a motocicleta foram longos e angustiantes 58 dias. Sabadão, 08/03/2008 e pude enfim pilotar pela primeira vez minha Drag Star zero... 2008... Daí pra frente foi só alegria com aquela que seria minha fiel companheira de viagem.

Escolhi a placa com os dizeres HDS-0650. “H” é obrigatório em Minas Gerais... “D” e “S” de Drag Star, claro e “0650” devido à cilindrada...

Aproveitei para providenciar um seguro total da Furiosa (nome que vou tratar a motocicleta), que me deixaria mais tranqüilo em utilizá-la.