sexta-feira, 27 de março de 2009

Dia 12 – 13/jan/2009









































Em Ushuaia resolvemos ficar por mais um dia para descansar e conhecer o lugar. Estávamos em um Hostel de nome Los Cormoranes, que o Gú já tinha conhecido a um tempo atrás em sua passagem pelo Ushuaia.






Nos passeios, fomos conhecer o Parque Nacional del Fin del Mundo, onde pegamos um bondinho até os glaciares, mas o gelo “eterno” ainda estava longe. O mais perto que chegamos até agora do gelo foram mais ou menos 1.200 metros. Muito legal a paisagem, deve ser ainda mais bonito no inverno.

Durante parte do dia, ficamos por conta de reparos nas motos, suporte de bagagens e troca de óleo da Boulevard.

Voltamos ao Hostel para um banho e uma integração com o pessoal do albergue. E essa é a vantagem de ficar em albergues, existe uma grande interação entre as pessoas.


No começo da noite, fomos passar as fotos da câmera para o notebook que o Gú levou, para que os MemoryCard das câmeras ficassem vazios para mais fotos. E como estávamos no Hostel, fomos para a área comum, onde em pouco tempo algumas pessoas se agruparam para ver as fotos e para contarmos histórias, que diga-se de passagem, todos tem. Mas só nós estávamos em motos.

Perto de nossa mesa, haviam 2 francesas, uma delas falava francês, inglês e espanhol, a outra falava inglês, francês espanhol e ainda português. 1 argentino que falava castelhano e inglês. 1 outro rapaz lá do norte da europa que falava a sua língua que não lembro qual era e arranhava no inglês. E pouco depois apareceram mais 3 argentinas de Buenos Aires que só falavam espanhol.

Com isso, pouco se entendia da conversa, era gente falando em várias línguas, mas foi muito bom. E isso durou até altas horas da madrugada, quando pude perceber que a noite no verão de Ushuaia é muito curta mesmo. Por volta das 23 horas ainda tinha claridade, e às 4 da madrugada, já se via as primeiras luzes do sol.

Dia 11 – 12/jan/2009


Na saída pela manhã, uma grata surpresa, o Sr. Ranzinza que nos atendera na noite anterior meio grosseiramente, acabou nos servindo muito bem o café da manhã.

Seguimos então até a fronteira Chile/Argentina, não sem antes andar mais uns 10 km de rípio. Um pouco de burocracia na alfândega e depois de rodar uns 90 km, chegamos em Rio Grande, onde abastecemos mais uma vez e seguimos viagem.



Mais 210 km e chegamos enfim a Ushuaia. Pouco mais, dentro do Parque Nacional da Terra do Fogo, chegamos a Bahia Palataia, onde termina a Ruta 3.


De volta a Ushuaia, um merecido banho nas motos e um banho em nós mesmos e então seguimos para a casa de um conhecido de nome Alberto, que durante uma de nossas paradas até chegar aqui, nos convidou para jantar na sua casa.


Comemos alguns bons tira gostos, algumas cervejas e muita conversa boa. Depois disso voltamos ao Hostel para mais umas cervejas e dormir.


Voltando um pouco, ainda em Rio Grande, encontramos no posto com um pessoal de Santa Cataria/Brasil, que estavam voltando de Ushuaia, em 3 carros. Estavam indo rumo aos Glaciares.


Em Ushuaia conhecemos também o Parque Nacional da Terra do Fogo, onde haviam mais estradas de terra e inúmeras paisagens bonitas. Inúmeras atrações e o fim da Ruta Nacional 3, que nos acompanhava desde Buenos Aires.


Vale lembrar ainda que as montanhas que atravessamos pouco antes de chegar em Ushuaia com suas paisagens beirando o Lago Fagnano e Escondido, são a Cordilheira dos Andes, como frisou um guia que encontramos quando paramos para tirar umas fotos. Embora algumas pessoas falam que não é Andes, é sim. Faz parta da Cordilheira dos Andes. É uma estrada com paisagens maravilhosas e cheia de curvas, subidas e descidas.




Km dia: 338,82











domingo, 15 de março de 2009

Dia 10 – 11/jan/2009

Parece que a partir de hoje, a viagem começa a ficar ainda melhor. Logo de cara, um trecho com 240 km sem abastecimento. A estrada, como sempre, ensolarada e com bom asfalto, mas o frio é cada vez mais intenso. Saio com duas calças compridas e com a blusa de frio com o forro interno e tudo mais. Também resolvo colocar pouco depois a balaclava e as luvas.


Logo ao sair do hotel, já procuramos um posto pois sabíamos que teríamos um longo trecho sem abastecimento. Tal y cual, 234 km depois, coloquei 15,5 litros da combustível na moto, onde cabem apenas16. Por precaução, estávamos levando 5 litros cada um de reserva, mas no trajeto, o meu galão que estava mal amarrado caiu e perdemos um pouco. Média de 15 km por litro. Bom.

Seguimos então de tanque cheio rumo à fronteira de Argentina com Chile, depois de atravessar Rio Gallegos. Na aduana, as filas atrasaram um pouco o passeio, mas foi tranqüilo. Ainda tivemos que abastecer as motos com a gasolina do galão reserva, porque não se pode atravessar com combustível de um pais para outro.

Pouco depois de adentrar no Chile, aceleramos por uma boa rodovia, de cimento até Cerro Sombrero onde pudemos abastecer as motos em um posto bem rústico. Dali pra frente encontraríamos o até então temido “rípio”. Fomos bem avisados sobre este tipo de piso, que consiste em alguma coisa como uma estrada recém “cascalhada”, com a exceção de que o cascalho lá, ou rípio, é de pedras redondas e muito escorregadio, mas nada que uma condução consciente não resolva.

O frio aperta e a noite vem caindo, e com isso, mais frio ainda. Quando de repente, após uma curva sinuosa e cheia de rípio escorregadio, nos deparamos com San Sebastián, ainda no Chile, uma minúscula vila, ou “pueblo”, que é um lugar quase esquecido pelo governo Chileno. Não tem água encanada, nem luz elétrica. A cidade nada mais é do que uma passagem.


Nessa vila, as pessoas não gostam de argentinos, porque o governo Chileno se esquece propositalmente deste lugar, porque, com o asfaltamento da rodovia e com melhoramentos nessa região, só quem sairia beneficiado seriam os argentinos e viajantes que tem que passar por ali para entrar na Argentina de novo, na Tierra Del Fuego.


Encontramos um Hostel que parecia ser bem interessante, com um restaurante onde saboreamos um verdadeiro cordeiro andino. Notamos também que o anfitrião das Hostelaria não estava muito satisfeito de receber “visitas” ás 22:30 de um domingo.

Só nos restava então ir para o quarto e aproveitar do aquecedor e da água quente, pois no dia seguinte, apenas 350 km nos separavam de Ushuaia.

Uma pena que só descobrimos na prática sobre a falta de energia, onde o gerador era desligado por volta da meia noite, e com isso o aquecedor do quarto e a água quente, não funcionavam. Ou seja, frio.

Antes de chegar a essa hospedagem, ainda durante o dia da vaigem, teve a travessia do Estreito de Magalhães em uma balsa muito grande. Estávamos chegando e o pessoal que opera a balsa mandou que apressássemos o passo para entrar na balsa que já estava saindo. Se não entrássemos nessa, só mais algumas horas para a próxima.


Durante a travessia vimos alguns pingüins e algumas toninas, que se parecem com golfinhos, mas que são preto e branco, como baleias orça. Maravilhoso o passeio sobre as águas geladas. Muito vento e frio. Ali ainda conhecemos uma família que também segui a Ushuaia em uma Van.

Km Dia: 516,5 km

Dia 09 – 10/jan/2009


Saímos tarde do hotel, devido ao passeio na noite anterior. Era meio dia quando saímos, e só nos restava saber se cumpriríamos mais 750 km para chegar em Rio Gallegos.


Na saída da cidade, como sempre, lugares belos e uma rodovia a beira mar que se extende por bons quilômetros. Ali, em Rada Tilly costuma-se avistar baleias, mas não tivemos esta sorte.
No caminho, o tempo começa a esfriar e ventar muito. Tivemos que parar para colocar as roupas de frio. Interessante como em uma viagem dessas, em um dia temos muito calor e um sol desanimador e no outro dia, alguns quilômetros a frente, muito frio. E parece que o frio ser mais forte daqui pra frente.


No fim, já durante o começo da noite, paramos em um posto distante uns 130 km de Rio Gallegos, para abastecer e tentar seguir viagem, mas o frio e o fato de termos visto muitos “guanacos”, lebres e alguns tatus durante o dia, acabou nos desanimando de pegar um longo trecho durante a noite. E claro que o frio ajudou na decisão de ficar por ali.
No posto encontramos com um brasileiro de Salvador que conheceu sua atual esposa, natural de Rio Gallegos, num carnaval em Salvador, e depois de se casarem, foram viver juntos na cidade dela. Hoje ele dá aulas de informática em Rio Gallegos.


No caminho, ao parar em um posto, conhecemos um paraguaio, casado com uma Argentina de Buenos Aires, que mora e trabalha no serviço público de Ushuaia. E este, de nome Alberto, nos ofereceu como guia e ponto de apoio para quando chegarmos em Ushuaia. Nos passou seu endereço e seguimos viagem.

Interessante que esta cidade de Piedra Buena, onde passamos a noite, por ser muito longe de todas outras, acaba por se tornar um ponto de apoio para hospedagem dos viajantes que passam por ali e por isso, foi muito difícil conseguir um hotel. Mesmo assim, depois de procurar um pouco, conseguimos um bom quarto com calefação e aquecedor. Boa cama e um ótimo chuveiro... Só dormir e esperar pelo dia seguinte.

Km Dia: 549 km




Dia 08 – 09/jan/2009

Ainda no Hostel “Hüinca, Che” em Lãs Grutas, resolvemos que iríamos passar a próxima noite em Comodoro Rivadavia, mesmo que para isso tivéssemos que percorrer uma distância grande.


Dito e feito, rodamos bem, e como havia sido nos últimos dias, o sol quente chegava a ser desanimador.

Depois de pouco mais de 700 km, alcançamos Comodoro Rivadavia, onde pudemos ver desde a entrada da cidade que seu forte é o petróleo.


No centro, procurando hospedagem, reparamos em algumas motos no estilo custom, e como não encontramos lugar pra ficar, resolvemos voltar até onde havíamos visto as motos, para ver se conversávamos com os motociclistas, que sendo da cidade, nos arrumariam algum lugar pra ficar.

Encontramos com um dos motociclistas ainda no lugar onde havíamos vista a moto. E ele nos chamou para um “encontro de motos” que acontece todas as sextas feiras, na praça principal da cidade, perto do mar. E começaram a aparecer motos custom, em sua maioria de 150 ou 250 cilindradas. Ficamos ali por um bom tempo, conversamos muito sobre motos, países, Lula, Maradona e um pouco de tudo.



Como o movimento da rua estava diminuindo, pedi para que nos mostrassem um Pub ou coisa parecida, porque em Comodoro, não é permitido o consumo nem venda de bebidas alcoólicas nas ruas. Eles nos levaram a uma danceteria chamada “.Com”. Paramos as motos em cima do passeio mas o Gustavo preferiu voltar ao hotel.



Como lá nessa parte da Argentina escurece muito tarde, ao redor de 22 hs ainda tem luz solar, quando entrei na boate pensando que eram pouco mais de 23 horas, devido ao sol ter “sumido” a pouco tempo, já era na realidade, mais de 3 horas da madrugada.

O Gustavo teve que voltar à danceteria para me chamar, e isso já era bem tarde... Ou melhor... Cedo... Já era quase 9 horas da manhã do dia seguinte. E isso refletiu na saída, que estava programada para às 8 da manhã.

Insta ressaltar que a pensão em que ficamos, era uma casa velha, feia, mal acabada, com instalações rústicas. Mas quando chegamos nela, depois de ter rodado muito tempo sob o sol quente, foi um ótimo lugar...


O Gú também não me acompanhava nas idas e voltas pela noite adentro, seja nos hosteis, ou pubs ou danceterias. Ele sempre voltava “pra casa” mais cedo.

Km Dia: 707 km

Dia 07 – 08/jan/2009

No hotel em que dormimos, de nome Chiclana, nosso quarto mais parecia um quarto conseguido às pressas. Duas camas em um quarto apertado e um banheiro pequeno de mais.

Mas resolveu o problema de descançar. E no dia seguinte fomos atrás de uma oficina para ver se conseguíamos resolver o problema de vazamento de óleo da Drag.



Depois de algumas consultas com os locais, descobriu-se que não encontraríamos oficina autorizada para fazer o reparo, e muito menos a peça original. A saída foi, ao encontrarmos com um pessoal que trabalhava com motos “ditas grandes”, que eles fizessem uma junta “home made”. Algum tempo e caímos na estrada novamente, com a esperança de ter o problema do vazamento sanado.


Durante o dia andamos muito e o sol e calor eram intensos agora. Um sol tão forte que fazia com que ficássemos mais cansados. Não era uma boa sensação. Quando parávamos, nem sombra havia na beira da estrada.

Mais ao fim do dia, por volta de 20:00 mas ainda com o sol brilhando forte, encontramos Lãs Grutas. Uma bela cidade ainda em formação, litorânea, onde encontramos ainda um bom Hostel.


Umas voltas para conhecer a cidade no final do dia, conhecemos a praia ainda cheia, apesar de ser 21:00 hs e o sol estar forte. Resolvemos então tomar umas cervejas.



Escureceu e resolvemos voltar ao Hostel para tomar um banho. E depois o Gú resolveu que não iria dar uma volta na cidade. Fui e percebi que a vida noturna na cidade é intensa. Muitos bares, restaurantes, atrações musicais. Quanto mais ao Sul vamos caminhando, mais belos ficam os lugares. Sempre novas descobertas, novas paisagens. Tudo vai ficando diferente, e muito bonito.



Km Dia: 444 km aprox.

sábado, 7 de março de 2009

Dia 06 – 07/jan/2009


Tínhamos que andar muito para compensar a noite passado em claro e o dia em que andamos pouco, devido à travessia. Então, depois de resolver alguns probleminhas de manutenção preventiva das motos, pegamos estrada rumo a Azul.



Algumas dezenas de quilômetros depois de sair de Buenos Aires, com alguma apreensão, fomo parados na primeira “barreira” policial. Um poço de medo no início, mas correu tudo bem. E ainda nos alertaram para tomar cuidado com os policiais do Sul da Argentina.

Em Azul tínhamos que conhecer La Posta Del Viajero en Moto, que sobrevive a mais de 15 anos com a passagem de motoviajantes de todo o mundo, sendo também um ponto de encontro. Jorge, o anfitrião, nos recebeu e falou muito bem, conversou sobre seus planos futuros, sobre viajantes, idéias e muito mais.


Depois de mais de uma hora de uma conversa agradável, fomos ao centro de Azul para tentar trocar alguns Reais por Pesos. No centro, conhecemos mais 3 motociclistas que já foram de Azul a Ushuaia de moto.

Mais boas conversas sobre os caminhos e rotas, mas o cambio da moeda que é bom, nada. Seguimos então para Bahia Blanca, mas cortando um pouco de caminho por fora da Ruta 3 seguindo conselhos dos viajantes.



Continuam as boas estradas e o tempo bom, e alcançamos Bahia Blanca, que pensamos seria uma cidade pequena, mas a cidade é grande e movimentada. E por azar, nos perdemos. Eu segui em frente, e quando percebi, o Gú já não me acompanhava. Votei ao posto perto da entrada mas não o encontrei. Resolvi seguir ao centro da cidade então.

Depois, fiquei sabendo que o Gú, ao nos separarmos, voltou ao trevo da cidade, e eu tinha parado no posto perto do trevo, e com isso nem eu, nem ele viu um ao outro... hehe


O telefone celular já não funcionava desde que entramos no Uruguay. E, parado na praça principal, reparei que haviam muitos policiais fazendo ronda de carro, então pensei que a saída seria chegar a um policial e solicitar ajuda, mesmo com receio de alguma repreensão.


Qual não foi minha surpresa quando os policiais foram muito atenciosos e me ajudaram, passando as informações de “busca” por rádio para as outras viaturas, para que procurassem outro brasileiro perdido.

Depois de algum tempo, os mesmos policiais a quem pedi ajuda voltaram com a boa notícia de que haviam encontrado meu primo no trevo onde nos perdemos. Erro meu de não ter voltado ao trevo.

Pouco tempo depois chega meu primo, escoltado por uma viatura.

Enfim, depois de tudo resolvido, só nos restou comer um lanche num McDonalds próximo à praça e encontrar um bom hotel para passar a noite.



Km dia: 650,10

terça-feira, 3 de março de 2009

Dia 05 – 06/jan/2009

Como chegamos em Buenos Aires já tarde este dia, devido aos problemas de termos viajado na noite anterior toda e o Buquebus só ter saído ao meio dia, passamos o resto deste dia na capital Argentina e foi onde dormimos.