Parece que a partir de hoje, a viagem começa a ficar ainda melhor. Logo de cara, um trecho com 240 km sem abastecimento. A estrada, como sempre, ensolarada e com bom asfalto, mas o frio é cada vez mais intenso. Saio com duas calças compridas e com a blusa de frio com o forro interno e tudo mais. Também resolvo colocar pouco depois a balaclava e as luvas.
Logo ao sair do hotel, já procuramos um posto pois sabíamos que teríamos um longo trecho sem abastecimento. Tal y cual, 234 km depois, coloquei 15,5 litros da combustível na moto, onde cabem apenas16. Por precaução, estávamos levando 5 litros cada um de reserva, mas no trajeto, o meu galão que estava mal amarrado caiu e perdemos um pouco. Média de 15 km por litro. Bom.
Seguimos então de tanque cheio rumo à fronteira de Argentina com Chile, depois de atravessar Rio Gallegos. Na aduana, as filas atrasaram um pouco o passeio, mas foi tranqüilo. Ainda tivemos que abastecer as motos com a gasolina do galão reserva, porque não se pode atravessar com combustível de um pais para outro.
Pouco depois de adentrar no Chile, aceleramos por uma boa rodovia, de cimento até Cerro Sombrero onde pudemos abastecer as motos em um posto bem rústico. Dali pra frente encontraríamos o até então temido “rípio”. Fomos bem avisados sobre este tipo de piso, que consiste em alguma coisa como uma estrada recém “cascalhada”, com a exceção de que o cascalho lá, ou rípio, é de pedras redondas e muito escorregadio, mas nada que uma condução consciente não resolva.
O frio aperta e a noite vem caindo, e com isso, mais frio ainda. Quando de repente, após uma curva sinuosa e cheia de rípio escorregadio, nos deparamos com San Sebastián, ainda no Chile, uma minúscula vila, ou “pueblo”, que é um lugar quase esquecido pelo governo Chileno. Não tem água encanada, nem luz elétrica. A cidade nada mais é do que uma passagem.
Nessa vila, as pessoas não gostam de argentinos, porque o governo Chileno se esquece propositalmente deste lugar, porque, com o asfaltamento da rodovia e com melhoramentos nessa região, só quem sairia beneficiado seriam os argentinos e viajantes que tem que passar por ali para entrar na Argentina de novo, na Tierra Del Fuego.
Encontramos um Hostel que parecia ser bem interessante, com um restaurante onde saboreamos um verdadeiro cordeiro andino. Notamos também que o anfitrião das Hostelaria não estava muito satisfeito de receber “visitas” ás 22:30 de um domingo.
Só nos restava então ir para o quarto e aproveitar do aquecedor e da água quente, pois no dia seguinte, apenas 350 km nos separavam de Ushuaia.
Uma pena que só descobrimos na prática sobre a falta de energia, onde o gerador era desligado por volta da meia noite, e com isso o aquecedor do quarto e a água quente, não funcionavam. Ou seja, frio.
Antes de chegar a essa hospedagem, ainda durante o dia da vaigem, teve a travessia do Estreito de Magalhães em uma balsa muito grande. Estávamos chegando e o pessoal que opera a balsa mandou que apressássemos o passo para entrar na balsa que já estava saindo. Se não entrássemos nessa, só mais algumas horas para a próxima.
Durante a travessia vimos alguns pingüins e algumas toninas, que se parecem com golfinhos, mas que são preto e branco, como baleias orça. Maravilhoso o passeio sobre as águas geladas. Muito vento e frio. Ali ainda conhecemos uma família que também segui a Ushuaia em uma Van.
Km Dia: 516,5 km
ivam as fotos estão show de bola, e ai quando é a proxima viagem ?
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