Acordamos cedo pois queríamos chegar em El Calafate para conhecer os glaciares. Um rápido café da manhã, malas nas motos e seguimos viagem.
Como havíamos abastecido as motos logo ao chegar em Rio Gallegos, na noite anterior e termos rodado pouco mais de 30 km, resolvemos partir sem abastecer as motos e o tanque reserva. Uns 60 km depois de sair da cidade, encontramos uma barreira policial e fomos informados que o próximo abastecimento no caminho para El Calafate era a uns 160 km. Resultado, voltamos os 60 km, abastecemos as motos e ainda os 2 galões de 5 litros para levar de reserva.
Seguimos viagem, e pouco depois do posto policial, debaixo de um céu negro que anunciava chuva, começamos a pegar vento.
Já havíamos sido alertados sobre o vento, mas o que passamos a seguir foi algo inexplicável. Só passando por isso pra ver como é o vento de lá. Por muitas vezes, o forte vento vindo de frente não deixava que a moto alcançasse mais do que 60 km por hora, mesmo acelerando em marchas mais baixas. E algumas vezes, o vento mudava para a lateral e inclinava a moto muito, quase 45 graus, e a velocidade mal passava de 30 ou 40 km por hora.
Ainda, pra piorar, começou a chover. E chover muito. Ficou perfeito, muito frio, muito vento, muita chuva e longe de qualquer lugar. Passamos por um grupo de motociclistas que preferiram parar e esperar, e estavam atrás de uma Van que lhes dava cobertura contra o vento. Mas parados, só esperando, não chegaríamos a lugar nenhum. Seguimos vagarosamente, enfrentando as piores condições encontradas até agora.
E com sufoco e muito molhados chegamos a El Calafate. Paramos no primeiro posto e lá estava o paulista que já havíamos encontrado várias vezes com sua BMW. Ele nos contou que seus amigos preferiram esperar com suas XT660 atrás da Van, e ele, como nós, preferiu seguir em frente.
No posto, chorei pra conseguir um copinho de café por algo em torno de 5 reais, para ver se esquentava um pouco o corpo. E nessa espera no posto, chegaram mais 3 motos com placas do Alaska e de Minessota. Eram ingleses que haviam viajado de avião ao Alaska e lá alugaram umas motos e estavam viajando a 5 meses. Iriam completar o trajeto em Ushuaia.
Com a parada da chuva, cada parte do grupo seguiu seu caminho dentro da cidade em busca de acomodações. Depois de um pouco rodar e encontrar albergues feios ou cheios, nos deparamos com o Hostel Che Lagarto, de instalações novas e parecendo bem organizado. Conseguiram as camas 1 e 2 para nós e logo trocaram pelas 8 e 10 porque as anteriores estavam ocupadas.
Colocamos as malas na cama, para mostrar que está ocupada, como de costume, tomamos aquele banho e descemos ao pub do Hostel para conversar com os ingleses que estavam lá também.
Conversa vai, conversa vem, joguei sinuca com 3 irlandeses que mal falavam inglês e eu não entendia nada da língua deles e eles muito menos do meu português. E o Gú resolveu subir pra dormir cedo. Eu fiquei e fui entrar na internet pelo computador do Gú para entrar em contato com o pessoal via MSN e carregando algumas fotos. E quando resolvi subir pro quarto, as camas estavam todas ocupadas. Tinha uma mulher dormindo na minha cama e eu fiquei sem ter onde dormir.
Voltei para a recepção e relatei o fato, e a moça da recepção mandou que eu escolhesse o número 3 ou 5. Escolhi 3 e ela me disse que eu fora sorteado para a suíte. Brincadeiras a parte, ela me levou para um quarto separado, com banheiro próprio, banheira, TV, aquecedor e uma cama de casal. Tudo só pra mim. Fechei o dia com chave de ouro. Tudo que eu precisava para um bom descanço.
A cidade é um pouco cara, por ser turística. Tem gente de todo o mundo. Embaixo da beliche do Gú tinha um israelense, que ao sentir o cheiro de gasolina do reservatório extra logo falou. Por receio, resolvemos levar a gasolina pra longe do israelense.
Km dia: 305,40
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